Aconteceu - sim, é verídica, a história - quando o Gabriel tinha um aninho...foi o máximo essa história...depois voltamos a 25 de março, mas nada como a primeira vez...ehehheheh
Uma Viagem para Toda a Vida
Vida de
sacoleira não é fácil! Não, não sou sacoleira, e percebi que não tenho vocação
para tal.
Na verdade eu
percebi isso no momento que entrei no ônibus em Florianópolis, deixando para
trás um marido apoiador (“vai, amor, é a tua chance de conhecer, comprar
artesanatos baratos”) uma filhota linda (“traz presentes”!) e um lactente (“zzzzzZZZZzzzZZZ”...)
rumo à 25 de março, capital das sacoleiras, em São Paulo.
Pois bem, nem
tinha desembarcado ainda e já percebi a besteira que tinha feito: como falei,
eu era lactante; em fase de desmame, tá certo, mas ainda assim lactante;
daquelas que tem tanto leite que poderia amamentar mais dois vizinhos junto com
o próprio filho. Ao ser comunicada da viagem, a pediatra disse: “se tu enfaixares
o peito, apertando bem, o leite não vai vir assim com tanta força” (já estamos
na lida do desmame faz um certo tempo. Faltava só tirar as duas ou três mamadas
da madrugada, o que foi feito agora, a força). Liguei pra casa; O bebê tinha
passado melhor sem mim do que eu sem ele! Que triste constatação!
Encontrei com
minha sogra, conforme combinado, na rodoviária de São Paulo, após muitos
sobe-e-desce de escada rolante.
Gente, olha,
parabéns a todas as pessoas corajosas que moram em São Paulo. EU NUNCA
CONSEGUIRIA! Não sei se é porque saí direto do interior para a maior cidade do Brasil, mas
que cidade mais confusa! Mais complicada! Mais tudo! Tudo mesmo, por que o
comércio é demais! Haja contenção de despesas que resista! Quando chegamos na
famosa Rua Oriente, os olhos da minha sogra brilharam de emoção! Tanto que a
primeira coisa que ela fez foi comprar uma sacola daquelas enormes que todo
sacoleiro tem e jogar nas costas do meu sogro. Ah, detalhe: a estampa da sacola
era de tigresa!
A cada uma
hora de compra, fazíamos uma parada para esvaziar os peitões, que jorravam
leite pra todo lado! A mulherada parava pra assistir a cena (no banheiro
público) e perguntavam: "cadê o neném?"
Eu
estava morrendo de vergonha de dizer que larguei o bezerro em casa pra me
acabar em compras na 25 de março. Imagina que mãe desnaturada! Então respondia
apenas: “o neném já tem uma ano...estou tentando desmamar....”
Mas claro que, se sogra
fosse bom, não carregava lactantes pra 25 de março! Como se adivinhando a minha
vergonha, ela emendava: “o neném está em Santa Catarina ,
a gente veio fazer compras!”
No final do
dia, meu sogro já tinha cansado do peso da sacola e ido pro carro; eu e minha
sogra não aguentávamos mais com o peso da própria alma (deve ser por isso que
pensei em vender a alma...dela, é claro). Conhecida pelas longas
caminhadas que é acostumada a fazer, a sogra exclamava: "nossa, sempre
gostei de caminhar, mas hoje estou muito cansada"
Cansada? Eu já
tinha estourado a barreira intransponível do cansaço. Não sentia nada! Não
sentia os braços, as pernas... e principalmente os seios.
Mas tudo deu
certo! Após doze horas de viagem, desembarquei no ponto de partida.
Florianópolis! E não consigo descrever a alegria de descer do ônibus e ver
minhas crianças, juntas com o pai, correndo em minha direção cheias de saudade.
Tem viagem que vale a pena só pela volta...ver aquelas carinhas felizes em te
ver de novo...que lindo!
Por fim, estou
de volta; a viagem valeu a pena por muitas coisas: desmamei o pequeno; tivemos
um ótimo dia de integração “sogra e nora”; além disso, trouxe muitas coisas
para revender e estou aceitando encomendas...eu e minha sogra combinamos que
daqui alguns meses embarcamos de novo!.
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